Após um adolescente de 15 anos e uma jovem de 21 serem baleados durante uma confusão na Praça Saturnino de Brito, enquanto estudantes universitários se reuniam em comemoração ao início das aulas, o trânsito no entorno da praça foi interrompido no final da tarde desta quarta-feira.
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A decisão foi tomada em reunião do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M), em que diferentes medidas foram apontadas e debatidas para evitar uma nova confusão na noite posterior ao ocorrido.
Na primeira noite após a confusão, o movimento de estudantes e jovens na praça é menor do que o de costume, mas até as 21h de quarta-feira seguia intenso. Pelo menos quatro viaturas da Brigada Militar e uma da Polícia Civil acompanhavam a movimentação na praça.
O local é apelidado pelos jovens de Praça do Brahma e anualmente é ponto de encontro dos bixos que chegam a Santa Maria. Apesar do ocorrido na noite anterior, a maioria dos estudantes não abriu mão de participar dos trotes dos cursos.
_ O problema não é o local e nem os estudantes. Bastou um tiroteio para a polícia aparecer. Onde eles estavam antes? Não adianta querer proibir o pessoal de vir, pois já é tradição. Faz parte da vida do bixo vir até aqui comemorar. A polícia deveria circular entre o pessoal e não ficar parada nas esquinas. Hoje eu tive certo receio em vir, mas fiquei mais tranquila em saber que teria mais policiamento _ disse uma estudante de 18 anos, bixo em Enfermagem pela UFSM, que não quis de identificar.
Outro ponto em questão é o espaço utilizado pelos estudantes para este tipo de festa. Um grupo de alunas do 4º semestre de Farmácia afirmou que se houvesse um local disponibilizado para os trotes, elas seriam à favor da realização dos trotes nestes locais, por serem, na teoria, mais seguros e organizados:
_ A prefeitura não nos dá estrutura. Só colocaram os banheiros e as lixeiras depois que aconteceu a sujeira. Só colocaram mais policiamento depois do tiroteio. Se tivesse policiamento, luz e estrutura todos os dias, desde o início, não teria acontecido isso_ pondera Francielle Brutti, 19 anos.
Leonardo Souza, 21 anos, é estudante do 8º semestre de Educação Física da UFSM e estava na hora da confusão na madrugada de quarta-feira.
_ Na hora eu fiquei com medo, mas não sabia o que era. Fiquei triste, pois depois que a prefeitura colocou mais luz, banheiros e lixeiras vem e acontece uma coisa dessas. Tinha era que ter mais segurança. Hoje eu vim porque eu não posso me privar de sair por causa da bagunça de outros_ disse.
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